quinta-feira, 5 de julho de 2018

Estudos sobre Ogham: Fid Beith

O Ogham é um alfabeto de caráter também oracular atribuído aos povos chamados celtas. Sua origem é associada ao Deus Ogma, do panteão celta irlandês, Deus da comunicação, eloquência e poesia.

Glossário:
Áicme - Família composta por 5 letras
Feda - Significa letras e seu singular, letra, é Fid, que significa madeira. Correspondem às letras propriamente ditas.
Eite - É o símbolo ">" que marca o início de uma frase.
Forfeda - É um grupo de letras que indica os ditongos, foram inseridos posteriormente ao alfabeto e são extras ao "Ogham original".

O alfabeto Ogham é composto de 20 feda, distribuídas e organizadas em 4 áicme. Cada uma dessas quatro áicme recebe o nome da primeira fid do grupo.
Cada uma das fid representa uma árvore sagrada específica e possui um significado oracular, por isso o Ogham é chamado muitas vezes de "oráculo das árvores" ou "alfabeto celta das árvores".
As quatro áicme e a forfeda estão representadas na figura abaixo:


Hoje, especificamente, vou falar sobre a primeira letra do alfabeto Ogham, Beith ou Birch. Beith representa a letra B, está associada à bétula e pronuncia-se bé. 


 

A bétula branca ou vidoeiro branco é uma planta típica das regiões europeias, pode atingir até 15m de altura e sua característica marcante é a cor do tronco, que pode ser branca, acinzentada ou prateada. Sua madeira é forte, porém elástica e flexível.
Era usada pelos povos antigos em rituais de purificação e renovação, pois simbolizava o fim do inverno e início da primavera.

Em sentido oracular, Beith representa a renovação em seu aspecto de recomeço, o começar de algo novo, o nascimento e a purificação em relação ao passado. É a primeira planta a florescer depois do inverno e anunciar a primavera. Beith demonstra que o pior já passou, que se pode descansar e recomeçar do zero, pois esse é o ciclo de morte e renascimento da vida. Beith aconselha a abandonar velhos projetos, velhos hábitos e sair da zona de conforto em direção aos seus objetivos. Seu maior desafio será aceitar abandonar o passado para abraçar o novo. 

Abaixo, um estudo poético de minha autoria sobre a fid Beith:
Imagine uma tela branca e intocada. Imagine as tintas ao lado, suas mãos ainda limpas, seus olhos fixos no vazio. Veja as possibilidades, sinta cada caminho pelo qual pode seguir. Ali está Beith. Um início, um começo, o primeiro passo, os planos. Esse Ogham representa o momento de deixar o velho para trás, de deixar morrer o que não lhe serve mais, de pegar uma tela nova, branca, e começar a pintar uma nova arte. 
Em termos práticos, deixe velhos hábitos negativos, planeje o que você quer realizar, vá por uma rota diferente.
Olhe a Bétula e sinta as possibilidades, o novo se abrindo, as primeiras flores de primavera na velha Irlanda...



Beijos e bênçãos,
Valaya Raven

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