sexta-feira, 8 de julho de 2016

Às vezes, de vez em quando

A solidão é palpável num mundo de luzes e fotos. É como uma onda em mar aberto que começa sorrateira e ganha tamanho e poder. Não sou solitária, essa expressão é muito generalista. Sou só, às vezes, de vez em quando. É tão difícil encontrar alguém pra ouvir, pra rir, pra dizer "gostei da tua visão de mundo", "seus olhos veem tanto". É tão difícil não se estressar, não querer fugir, não desistir, não se isolar num bosque qualquer... 
Não me leve a mal, me leve a um sarau, fale de mpb, diga que que gosta de museus, que arte é a única coisa que faz de nós humanos, que gosta de animais, é pedir demais? Ser solitário é um estado forçado num ambiente de trivialidades, de momentos, nada de sentimentos. Prazer fútil. Dores egoístas. Alegrias superficiais. 
Meu mundo é bem mais profundo, é um mar inexplorado, é puro sentimento e razão, é continuidade. Não me leve a mal, pare de ver o jornal, leia mais, observe o que é belo, mas não o belo raro, o belo comum encanta muito mais. O sorriso. O mar. A terra que beija nossos pés. A lua que encanta. O vento que canta. Saia da caverna.


Nenhum comentário:

Postar um comentário